quinta-feira, 18 de março de 2010

Análise: Battlefield: Bad Company 2


Imagine duas tropas se enfrentando por ruas de uma cidade, onde só restam alguns prédios, asfalto quebrado e aço retorcido. Três atiradores de elite do exército adversário estão de campana no topo de um desses edifícios, fazendo miséria dos seus inimigos. Como resolver esse problema? Alguns pensariam em organizar uma ofensiva própria de rifles de precisão. Outros, em invadir o lugar sorrateiramente para pegar os atiradores desprevenidos.

Você saca um lança-mísseis, derruba o prédio todo e abre um sorriso. Essa é a satisfação de jogar Battlefield: Bad Company 2.

O novo título dos artistas da guerra da DICE traz de volta os quatro soldados da “Companhia B”, aquela que serve como pouco mais do que uma bucha de canhão para o time de operações especiais do exército americano. Junto com o Sargento, o nerd Sweetwater e o piromaníaco Haggard, você controla o soldado Preston Marlowe. Por florestas, desertos e neve, os quatro agora se empenham em outro serviço sujo: descobrir o segredo por trás de uma arma desenvolvida na Segunda Guerra Mundial – época em que, aliás, se passa o prólogo da aventura.

Atire no que se mover
Sem muito pé nem cabeça, essa trama fica no mesmo nível de incoerências e absurdos de Modern Warfare 2, o grande rival. Mas enquanto lá a campanha trazia momentos de tensão ininterrupta e batalhas grandiosas, a grande sacada aqui é o elenco. As conversas entre os membros da Companhia – e as situações nas quais eles se metem – vêm das melhores comédias B do cinema e da TV. Não há nada de incrível, ou grandes reviravoltas como no jogo de tiro da Infinity Ward, mas mesmo assim é uma saga divertida de acompanhar.

A parte dos tiros, felizmente, é um tanto quanto melhor que a de história. Em outro contraponto à batalha de Soap, Price, Roach e Ramirez, Bad Company 2 aposta em batalhas (um pouco) menos intensas e (bem) mais criativas. Isso se deve à própria linhagem de Battlefield, e era de se esperar do sucessor de uma das mais famosas séries de guerra.

Como em um bom BF, as fases não são apenas grandes – são “largas”. E “largas” quer dizer que elas não são se estendem essencialmente por salas e corredores, mas, sim, por um grande playground cheio de estradas, ladeiras, casas e florestas para que você exercite a criatividade destrutiva dentro de você. Indo além: não há como se dar bem, seja na campanha para um jogador ou no modo multiplayer, se você não aprender a usar o ambiente ao seu favor. Encontrar rotas alternativas, infiltrar-se em edifícios e veículos e, porque não, explodir os edifícios e veículos dos outros são só algumas das opções disponíveis.

Isso não quer dizer que não exista nenhuma missão que siga o ritmo do bom e velho ande-pare-atire-ande em alguns momentos. É necessário, inclusive, fazer algumas pausas para buscar cobertura e esperar o momento certo para sair estourando capacetes alheios. Mas a liberdade oferecida pela DICE faz com que os confrontos sejam mais interessantes que as de Modern Warfare 2.

O que faz com que a batalha de Marlowe e seus amigos passe um pouco de vergonha frente às rivais são as armas – que aqui mais parecem pistolas de água. Todo arsenal, tanto dos mocinhos quanto dos bandidos, parece de brinquedo. Primeiro porque a falta generalizada de texturas deixa tudo com um aspecto falso. Segundo porque o coice de alguns dos armamentos simplesmente não faz sentido. Quer dizer então que é possível manter, no zoom de um rifle de precisão, a mira completamente estável em todos os momentos? Inclusive enquanto se corre?

Aqui, pelo menos, sim. E é só colocar as mãos em uma dessas belezinhas para a maioria dos confrontos virar (mais ou menos) um passeio.

Deixando de lado esse detalhe, Bad Company 2 traz uma seleção de respeito para quem gosta de causar destruição por aí. De pistolas a lança-mísseis, passando por uma variedade de metralhadoras e espingardas, dezenas delas podem ser coletadas durante as missões e guardadas para uso futuro. É só encontrar uma das caixas de suprimentos deixadas por um helicóptero aliado e pegar seu equipamento favorito. É especialmente divertido ficar experimentando com o estrago dos vários tipos de balas.

Vale a pena notar que o número desses “presentes” e das caixas de munição (outra ajuda dos aliados) varia dependendo da dificuldade da campanha. Ou seja: no nível mais casca-grossa, além de sofrer com investidas mais ferozes, você terá de lidar com a escassez de chumbo para revidar. Aguenta essa, então.

Esquadrão Classe A
A grande especialidade dos generais sob o comando da Electronic Arts sempre foi a arte de trocar tiros pela rede – e quem resolver se alistar aqui com esse intuito vai sentir a realização de participar de uma guerra emocionante. Os heróis da Infinity Ward ainda se dão melhor em alguns aspectos, mas o novo Battlefield definitivamente não faz feio.

Os conflitos acontecem em três modalidades - Conquest (capturar e controlar bases), Rush (explodir bombas) e Deathmatch (mata-mata) – nas quais competem dois times compostos de vários esquadrões menores. Aqui os trunfos principais são dois. O primeiro é a mesma vastidão e a complexidade das fases do modo offline, mas com um desdobramento bem mais interessante. Se prédios podem ser avariados e derrubados, quer dizer que a própria arena se transforma. Isso faz com que cada equipe tenha que desenvolver estratégias diferentes a cada confronto, tornando tudo mais emocionante.

O segundo é o sistema de classes, algo já tradicional da série, que reforça cada vez mais o aspecto de trabalho em equipe ao contrário da ação mais solitária do Call of Duty mais recente. Cada soldado pode entrar na batalha como um Assault (focado em ataque), Medic (que revive aliados caídos), Recon (armado de rifle de precisão) e Engineer (com seu lança-mísseis e ferramenta de consertar veículos). Todas elas são bem definidas e suficientemente diferentes entre si, e daí vem a beleza de organizar esquadrões equilibrados e focados em tarefas diferentes.

Ainda assim, faz falta a maior variedade de armas (logo de início, pelo menos), cenários, modos, opções e todo o resto que Modern Warfare 2 oferece do outro lado do arame farpado. São duas experiências multiplayer diferentes, sem dúvida. Mas é impossível jogar um, migrar para o outro, e não sentir falta da saraivada de conteúdo que a Infinity Ward disparou logo de cara. Obviamente haverá pacotes de download e extras para equipar esse exército – mas até que isso aconteça... podem não ter sobrado sobreviventes.

Se você gosta de dar bons tiros, não há erro: Bad Company 2 é uma excelente adição a qualquer tropa que se preze. O rival pode ter suas qualidades, claro, mas tem coisas que só um disparador de foguetes faz por você.

3 comentários:

milton disse...

soh de ler a resenha que vc fez do jogo ja me deixou doido pra jogar esse jogo!! ja to até imaginando eu jogando na live, com uma tv de 47" com cores bem nitidas, aquela gritaria no head set com a minha equipe,vai ser doidera!

vladison disse...

po milton tem razão mano!! eu sou viciado em jogos de guerra, e jogar em uma tvzona com cores bem nitidas e tempo de resposta rapidão pra não deixar ghosts, vai ser pura diversão mané!!!

Gabriel disse...

E vc acha q eu não vou comprar?faaaaacil e mto loko esse jogo!!!!sou mto fera nele!!nao tem pra ngm, mas o objetivo ai é bem embassado hein....
Aqui em casa é td novo a tv de lcd o video game e agora o jogo!!!!to maquinado!

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