quarta-feira, 28 de julho de 2010

The Legend of Zelda: Skyward Sword



Depois do mais que fantástico Twilight Princess, um dos melhores jogos da anterior geração, que implementou diferentes mecânicas e novidades à tradicional forma da série, The Legend of Zelda está de regresso às consolas caseiras depois de duas brilhantes incursões pela DS. Apesar de toda a sua qualidade, Twilight Princess na Wii nada mais parecia do que o jogo GameCube com melhorias visuais e controlos adaptados sem verdadeiramente usufruir do poder e potencial da consola. Depois do final de 2006, os jogadores aguardavam ansiosamente e quase sem paciência para saber o que a equipa dedicada a Nintendo estaria a preparar e na E3 de 2009 surgiu a primeira arte promocional que apesar de revelada por Shigeru Miyamoto nada deixava a saber. Tal como prometido, foi na E3 deste ano que a Nintendo revelou finalmente The Legend of Zelda: Skyward Sword e ofereceu uma demo jogável para mostrar como as coisas se estavam a formar.



Pouco mais de um mês após a apresentação feita em Los Angeles, a Nintendo Portugal deu-nos a oportunidade de testar a demo que esteve presente no evento Norte Americano no seu próprio evento denominado Nintendo Post-E3 Tour 2010. Nesta demo tivemos a oportunidade de testar as novidades implementadas na jogabilidade e de conhecer o novo aspecto visual para o jogo e o que encontrámos foi bastante animador.



Antes de passar para a jogabilidade e para as principais novidades demonstradas na demo, vamos primeiramente abordar um dos pontos que mais curiosidade me despertou e mais intriga me causou, o aspecto visual. As primeiras impressões faziam crer que estávamos perante algo entre o que se viu em The Wind Waker e Twilight Princess, um Link adulto e com um fato similar mas num tom a lembrar o cell-shading do primeiro título da série na Gamecube mas mais do que o personagem, eram os cenários que ofereciam essa sensação. A demo confirmou essas impressões iniciais pois levou-nos para um cenário no qual todo o mundo parece uma autêntica aguarela em movimento.

Fruto de uma paixão de Miyamoto e uma característica que vai definitivamente marcar o jogo. Os mundos da série, que com tanta facilidade nos envolvem pelo seu encantamento e capacidade de nos incutir vontade de fantasiar como se fossemos meninos, parecem ter ganho um forte aliado com este novo visual e se os personagens são detalhados e se movem com graciosidade, o cenário então espantou e temos mesmo uma sensação de que a magia The Legend of Zelda se uniu a um estilo de arte e nos levou para dentro de um quadro.



Como disse uma vez um grande senhor da indústria dos videojogos Japonesa, quando estamos perante um novo jogo de uma aclamada série a ser criado na mesma plataforma, significando que não há nova tecnologia para oferecer automaticamente avanço e novas potencialidades, está na mente dos criadores ditar a evolução e como o jogo irá oferecer novidade. É o desafio mental a evocar a capacidade criativa e artística que garantem o título de destaque aos criadores versus o uso de novas ferramentas tecnológicas.

Certo que face às limitações da consola muitos podem aclamar que a Nintendo não tinha outra hipótese senão esta para dar um ar fresco e actual ao jogo mas também é certo que o faz envergando trajes de mestre e apenas vimos uma pequena área do jogo. O mesmo pode ser dito da jogabilidade que sendo um elemento aclamado e que se espera familiar, numa sequela na qual não existe evolução a nível de plataforma que a recebe, cabe à mente dos criadores evocar novos elementos na jogabilidade e novas formas de interagir com as ferramentas características.



Com a sua nova postura, a Nintendo parece cada vez mais disposta a lançar as suas míticas séries com a filosofia que todos os fãs de sempre devem ficar satisfeitos mas ao mesmo tempo todos os novatos se devem sentir bem-vindos. Skyward Sword parece ser um exemplo evidente disso mesmo. A jogabilidade base da série mantém-se mas novas mecânicas e novos elementos foram introduzidos, especialmente no que diz respeito ao uso de itens e armas, patrocinados pela inclusão do MotionPlus e pelo facto de estarmos perante um produto pensado de raiz para a consola que o recebe.

A melhor compreensão da tecnologia à disposição permite não só que movimentos normais como o ataque com a espada, ou o uso do escudo, se tornem mais intuitivos e fluídos mas ao mesmo tempo torna tal num desafio pois temos que aprender novos hábitos tanto pelo timing visto que agora temos a necessidade de atacar tanto na vertical ou na horizontal em jeito ritmado por força da posição dos adversários. O jogador é desafiado a ganhar ritmo e atenção aos movimentos dos inimigos e até o uso do escudo via Nunchuck nos leva a recriar fielmente o movimento que Link executa virtualmente.



A precisão dos nossos movimentos e a sua rápida execução no ecrã é muito maior e tal é patrocinado pelo MotionPlus mas todos os novos itens e as novas aplicações demonstram um claro uso de criatividade tanto por parte da equipa do jogo como por parte de outras equipas na Nintendo que partilham informações. Enquanto que o uso do arco é altamente preciso e nos relembra Wii Sports Resort, também o uso das bombas agora nos faz lembrar outros produtos Wii pois podemos mandar as bombas como se fossem bolas de bowling ou então atirar como se fossem bolas de basquetebol. Uma outra novidade interessante é um item que é uma espécie de besouro mecânico voador que Link atira e depois podemos controlar para recolher itens aos quais não teríamos acesso de outra forma. É todo um novo aproveitar de mecânicas que por esta altura já são bem conhecidas e poderiam começar a cansa caso deixadas ao desmazelo.

Todas as novidades e melhorias na jogabilidade parecem ter tornado a fórmula mais intuitiva e fluída acima de qualquer outro título da série lançado até à data. O compromisso para com os fãs é feito pelo que parece ser um efeito nostalgia imediato tendo como aliado uma nova história e um novo mundo enquanto que os novos fãs também parecem ter muito com que ficar entusiasmados pois The Legend of Zelda está a ser melhorado a pensar neles, e nos que ainda não são fãs, pois Skyward Sword pretende ser difícil onde deve e acessível onde é preciso.



Para os fãs de qualquer série, e em especial para as míticas e lendárias como esta, existe sempre a procura de um meio termo entre a novidade e a preservação de aspectos característicos comuns em cada um. Mais uma vez a Nintendo parece preparada para encontrar esse meio termo e usa a sua criatividade artística para mais uma vez nos deixar em verdadeiro estado de ansiedade, especialmente para os fãs de Link e dos seus mundos e histórias.

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