quinta-feira, 29 de abril de 2010
The Misadventures of P.B. Winterbottom
A simplicidade é muitas vezes a base para tudo na vida, o mesmo se pode dizer deste jogo peculiar, The Misadventures of P.B. Winterbottom. O nome é comprido, mas não se deixem enganar, não há nada mais elementar do que este delicioso quebra-cabeças videojogável da The Odd Gentlemen's.
O jogo assenta toda a sua dinâmica em plataformas side-scrolling, onde controlamos Winterbottom, um ladrão louco por tartes. A sua fisionomia não poderia ser mais cómica, com o farto bigode, uma cabeça desproporcional e um andar divertido. O ambiente é todo ele muito ao estilo dos filmes mudos, com um preto-e-branco bem característico, toda a informação em texto a condizer, e claro está, uma música de fundo onde o som do piano predomina. É de destacar o bom trabalho a nível artístico por parte da produtora, com os mapas bem caracterizados e apelativos, apesar da paleta de cores ser diminuta.
A nossa missão, em todos os desafios/mapas, é apanhar as tartes que estão localizadas em locais específicos. Winterbottom tem muitos truques na manga, como criar clones para executar acções em espaços temporais diferentes, teleportar-se, correr, saltar e flutuar com a ajuda do seu querido guarda-chuva. A combinação dos nossos movimentos com os dos clones é a chave para o sucesso, estes trabalham em tempos diferentes e o número disponível em cada nível é limitado. A gravação temporal fez-me lembrar Ratchet and Clank: A Crack in Time, pois executamos acções que são gravadas quando pressionamos uma tecla, posteriormente o nosso clone irá executar a acção. Isto é útil para alcançar determinadas posições dentro do próprio mapa, inacessíveis à primeira vistas, com o objectivo de apanhar as malditas tartes.
The Misadventures of P.B. Winterbottom é simples mas não necessariamente fácil, é um excelente desafio para o nosso cérebro, pois a construção dos níveis está muito boa, dificultando imenso a nossa progressão. É um quebra-cabeças que pode levar o jogador à loucura, a combinação dos mapas com os clones que podemos criar levam o jogador a pensar e repensar no que terá que fazer primeiro. Muitas vezes estamos convictos que o caminho está correcto, até que no momento final nos apercebemos que algo foi esquecido ou simplesmente não é a ordem correcta de procedimentos, sendo impossível alcançar a última tarte.
Os primeiros passos no jogo são efectuados através de um tutorial bem elaborado, onde somos brindados com dicas sobre as diversas funcionalidades e capacidades de Winterbottom. Mas esta fase inicial esconde a sua extrema dificuldade, principalmente quando chegamos a níveis mais avançados. Em certos pontos veio à minha memória o genial Lemmings, muito devido aos longos caminhos que os clones têm que percorrer e às suas respectivas acções. Não encontrei muitos defeitos, talvez a sua enorme dificuldade seja a maior falha, não que isso seja mau, mas cheguei a ficar horas a matutar como haveria de alcançar a última tarte.
A frustração é constante quando o desafio parece demasiado colossal, não encontramos a resolução, principalmente em níveis que apenas existe uma solução. Mas assim que resolvemos o enigma, sentimo-nos a pessoa mais inteligente do mundo, quem não gosta? Este jogo é ideal para testar as nossas capacidades de memorização, observação, análise, e sobretudo a nossa paciência. O jogo poderia tornar-se aborrecido com o tempo, mas este possui a capacidade de afastar essa sensação do jogador, com a constante evolução dos desafios, com a introdução de novas características e obstáculos, como os clones diabólicos de Winterbottom.
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