sexta-feira, 16 de abril de 2010

Análise: Pokémon HeartGold & SoulSilver


Pokémon é já uma série de culto, não só por todas as gerações pelas quais passou – já a caminho da quinta – mas também pela forma como sempre tem agradado os fãs. As versões originais Gold e Silver foram já uma revolução na altura em que saíram. Aliás, a estreia de cada nova geração de Pokémon na consolas portáteis da Nintendo têm assinalado uma revolução na série. Tal acontece desde as versões Red e Blue lançadas no original Game Boy, e só agora com os novos Pokémon Black e White vamos pela primeira vez assistir ao lançamento de duas gerações consecutivas na mesma consola, a Nintendo DS. A notícia irá certamente agradar aos muitos que não pretendem investir num novo sistema de jogos, mas é certo que também terá deixado muitos de pé atrás. Para o bem ou para o mal, Pokémon é uma série muito agarrada às suas origens e esta nova versão apenas vem prolongar a espera daqueles que anseiam por ver algo completamente novo na série.

Esta era, pelo menos, a minha opinião após o anuncio dos novos jogos da quinta geração. Mas agora que foram divulgados os primeiros Scans das versões a serem lançadas ainda este ano no Japão, esta realidade ficou um tanto distorcida. As primeiras imagens indicam para a tão esperada revolução na série já nesta geração e, para tudo o que vale, Pokémon HeartGold e SoulSilver podem bem ter sido as últimas versões criadas dentro do modelo que conhecemos. E, sob esta perspectiva, este parece ser um acabar em beleza, pois nestes moldes este é simplesmente o ponto mais alto da série até ao momento. Não descorando, é claro, o facto de que já os originais Gold e Silver tinham sido também umas das melhores, senão mesmo as melhores de todas as versões.

Esta versão é então uma espécie de versão de transição. Algo dentro dos moldes da série Diamond e Pearl, principalmente no que toca à utilização de um motor 3D, sempre respeitando o passado da série, mas também um produto no qual se nota uma clara evolução. É mais ambicioso. Se em Diamond e Pearl o motor 3D vivia acanhado, só raras vezes acordando para dizer um “olá” através de pequenos relances que provavam a sua existência, agora temos um motor mais desinibido e que não tem medo de mostrar o que vale. Existem mais estruturas em 3D no decorrer do jogo, e tudo isto é aplicado de uma forma bastante balançada.

Não vem revolucionar nada, mas consegue conquistar aqueles que acompanham desde sempre a série através de pormenores mínimos. Esta utilização é bem notória principalmente no interior dos ginásios, nos quais existem por vezes puzzles a desvendar e este motor dá um ar da sua graça através da utilização de várias plataformas, e estende-se até, por exemplo, ao menu de Items, que utiliza um modelo 3D do vosso personagem para mostrar as diversas secções da mala. Mas os pormenores mais deliciosos a nível do motor 3D são os edifícios. Não a estrutura em si, que já na versões anteriores apresentavam designs todos pomposos, mas sim nas possibilidades apresentadas uma vez dentro do edifício. Em certas situações é possível aceder a terraços e observar uma série de perspectivas novas à série, como paisagens ou as nuvens em movimento. É um novo tipo de interactividade.

A estrutura do jogo dispensa apresentações. Naturalmente ser-vos-ão apresentados os 3 Pokémons iniciais, e a partir daí tudo gira em volta da evolução dos monstros de bolso até à chegada à Poké League, e daí em diante. Pelo meio terão, naturalmente, uma série de aventuras que envolvem, por exemplo, batalhas com os Team Rocket ou os episódios referentes aos Pokémons lendários. Na versão SoulSilver poderão apanhar o Lugia e em HeartGold o Ho-oh, cada um deles dando acesso a um tipo de mitologia diferente. Pelo meio terão ainda o episódio dos 3 cães lendários que oferece acesso à uma busca incasável por cada um deles, de uma forma que ainda hoje é única na série.

O jogo é bastante desafiante. Não só os treinadores principais dos ginásios estão mais inteligentes na forma como actuam, mas também a quantidade de treinadores com Pokémons de níveis elevados permite uma evolução constante ao longo de todo o jogo. E o jogo é enorme. Depois de explorarem a cidade de Johto de canto a canto, e uma vez que tenham vencido a Poké League, existe ainda a possibilidade de viajar para Kanto – cidade do primeiro jogo da série – e coleccionar 8 novos crachás, perfazendo um total de 16.

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